TL;DR: A modernização de sistemas legados é essencial para que as organizações mantenham sua competitividade e agilidade no cenário digital atual. Este artigo explora como alinhar a modernização com a estratégia de negócios, identificar e decidir quais componentes manter ou substituir, escolher entre migração para a nuvem ou manter a infraestrutura on-premise, integrar tecnologias emergentes como a inteligência artificial, e gerenciar os riscos associados ao processo. Além disso, apresenta as sete estratégias de modernização (os 7 Rs) que auxiliam na transição eficiente para a nuvem. Adotar uma abordagem de modernização contínua permite minimizar custos e riscos, ao mesmo tempo em que maximiza os benefícios, facilitando a tomada de decisões inteligentes e impulsionando a inovação dentro das organizações.
Por Rafael M. Tiba
Os sistemas legados desempenham um papel significativo nas operações das organizações, proporcionando estabilidade e continuidade. No entanto, à medida que as demandas de negócios evoluem e novas tecnologias emergem, esses sistemas podem apresentar desafios que impactam a agilidade e a capacidade de inovação das empresas. Em vez de considerar a substituição completa, líderes em engenharia de software e aplicações devem explorar abordagens de modernização contínua para otimizar suas aplicações legadas, minimizando custos, riscos e impactos associados.
🟠Introdução
A transformação digital está em pleno andamento, e as organizações precisam adaptar seus sistemas para acompanhar o ritmo acelerado das mudanças tecnológicas e das demandas de mercado. De acordo com a Pesquisa CIO e Executivo de Tecnologia da Gartner de 2024, aproximadamente 40% dos processos empresariais foram otimizados por meios digitais em 2023, e cerca de 25% da receita total das empresas é atribuída a produtos e serviços digitais. Nesse contexto, a modernização de sistemas legados tornou-se uma prioridade para muitos CTOs que buscam garantir a agilidade e a competitividade de suas organizações.
🟠Alinhamento Estratégico com os Negócios
Um dos aspectos mais críticos na modernização de sistemas legados é garantir que essa iniciativa esteja alinhada com a estratégia geral de negócios da empresa. Segundo a Gartner (2024), 47% dos entrevistados priorizam a integração, inovação e modernização de aplicações empresariais para suportar iniciativas digitais. Isso destaca que a modernização não deve ser vista apenas como uma questão técnica, mas como uma estratégia de negócios essencial para impulsionar a transformação digital e alcançar os objetivos organizacionais.
Ao alinhar a modernização com a estratégia de negócios, os CTOs garantem que os investimentos em tecnologia estejam diretamente contribuindo para metas como expansão de mercado, melhoria na experiência do cliente e aumento da eficiência operacional. Esse alinhamento também facilita a obtenção de apoio e engajamento das partes interessadas, essenciais para o sucesso de qualquer iniciativa de modernização.
🟠Retenção e Desativação de Componentes
Outra questão crucial para os CTOs é determinar quais componentes dos sistemas legados devem ser mantidos (retain) e quais podem ser desativados ou substituídos (retire). Aplicar a regra 80/20, onde 20% das funcionalidades causam 80% dos problemas, pode ser uma abordagem eficaz para focar na modernização das partes mais impactantes do sistema. Conforme ilustrado no exemplo de um sistema de rastreamento de pedidos, substituir módulos específicos que impedem a escalabilidade pode melhorar significativamente a eficiência sem a necessidade de substituir todo o sistema.
Essa análise não apenas reduz a complexidade, mas também otimiza o uso de recursos, permitindo uma transição mais eficiente e menos disruptiva. Além disso, ao identificar e remover componentes obsoletos, as organizações podem diminuir a dívida técnica e reduzir os custos de manutenção a longo prazo.
🟠Nuvem vs. On-Premise
A decisão entre migrar para a nuvem ou manter a infraestrutura on-premise é uma das mais impactantes na modernização de sistemas legados. A Pesquisa da Gartner de 2024 revela que a maioria das empresas está inclinada para a migração para a nuvem devido à sua capacidade de escalar rapidamente e reduzir custos de infraestrutura. A nuvem oferece vantagens como escalabilidade, flexibilidade e atualizações automáticas, tornando-se uma opção atraente para muitas organizações.
No entanto, essa decisão deve considerar aspectos como conformidade regulatória, segurança de dados e dependência de provedores de serviços. Empresas que lidam com dados sensíveis ou estão sujeitas a regulamentações rigorosas podem preferir manter a infraestrutura on-premise para ter maior controle sobre seus dados e garantir a conformidade com as normas vigentes.
🟠Opções de Modernização: Os 7 Rs
Após identificar as oportunidades e problemas nos sistemas legados, é essencial avaliar as opções de modernização disponíveis. Uma abordagem eficaz é utilizar os 7 Rs da transição para a nuvem, um conjunto de estratégias que auxiliam na organização, implementação e aprimoramento de projetos de migração para ambientes de nuvem. Os 7 Rs são ordenados de forma a facilitar uma transição lógica e incremental, começando pelas opções menos disruptivas até as mais transformadoras.
1. Retain (“Revisit”)
Reter aplicações que não podem ser aposentadas ou que dependem de outras aplicações a serem migradas primeiro. Essa estratégia é adequada para aplicações críticas que devem continuar operando no seu framework existente até que estejam prontas para serem migradas. É uma abordagem conservadora, ideal para sistemas que ainda agregam valor significativo e não exigem mudanças imediatas.
2. Rehost (“Lift and Shift”)
Rehost envolve a migração das cargas de trabalho para a nuvem sem alterar a infraestrutura principal. Utilizando ofertas de Infraestrutura como Serviço (IaaS), as empresas podem mover suas aplicações locais para a nuvem de forma rápida e simples, mantendo intactas as operações e configurações existentes. Esta estratégia é ideal para empresas que desejam uma migração rápida sem a necessidade de reestruturar suas aplicações.
3. Relocate (“Hypervisor-Level Lift and Shift”)
Relocate permite a migração de servidores para a nuvem sem impactar as operações em andamento. Essa estratégia minimiza o tempo de inatividade e a interrupção, mantendo os clientes conectados de forma contínua durante o processo de migração. É uma opção que preserva a infraestrutura atual, mas facilita a transição para a nuvem com o mínimo de interrupções.
4. Replatform (“Lift and Reshape”)
Replatformar envolve mover uma aplicação para a nuvem com alguma otimização para aproveitar capacidades nativas da nuvem. Isso aumenta a flexibilidade e a agilidade das cargas de trabalho, permitindo a automação e outras funcionalidades avançadas. É uma abordagem intermediária que melhora a performance sem a necessidade de reescrever completamente a aplicação.
5. Refactor (“Re-architect”)
Refatorar é a opção mais complexa e envolve a reestruturação das cargas de trabalho para suportar capacidades nativas da nuvem desde o início. Embora exija um investimento significativo, permite que as aplicações alcancem alta disponibilidade e automação avançada. Essa estratégia é ideal para aplicações que necessitam de escalabilidade e flexibilidade avançadas, aproveitando plenamente os benefícios da nuvem.
6. Repurchase (“Drop and Shop”)
Repurchase envolve substituir sistemas internos por serviços gerenciados por terceiros na nuvem. Essa estratégia facilita a aposentadoria de sistemas legados e a transição para modelos SaaS, reduzindo os esforços operacionais internos. É uma abordagem que permite às empresas focar em suas competências principais, terceirizando funcionalidades não essenciais.
7. Retire
Aposentar cargas de trabalho que não são mais úteis ou que operam em frameworks legados ineficientes é essencial para a modernização. Essa abordagem permite a substituição gradual por implantações modernas e nativas da nuvem. É a opção final para sistemas que não agregam mais valor ou que podem ser facilmente substituídos por soluções mais eficientes.
Ao considerar essas opções, os CTOs podem selecionar a estratégia de modernização mais adequada para cada componente do sistema legado, garantindo uma transição eficiente e alinhada com os objetivos de negócios.
🟠Integração de Tecnologias Emergentes
A integração de tecnologias emergentes, como a inteligência artificial (IA), pode agregar valor significativo aos sistemas modernizados. De acordo com a McKinsey & Company (2023), a IA pode transformar sistemas legados ao automatizar processos, oferecer insights preditivos e personalizar a experiência do usuário. Por exemplo, a automação de tarefas repetitivas permite que as equipes se concentrem em atividades estratégicas, enquanto a análise de dados avançada pode prever tendências de mercado e comportamentos de clientes.
Além disso, a IA oferece três níveis de suporte à decisão: suporte, expansão e automação. No nível de suporte, a IA auxilia na tomada de decisões fornecendo dados e análises detalhadas. Na expansão, a IA ajuda a identificar novas oportunidades de negócio e a desenvolver estratégias inovadoras. Finalmente, na automação, a IA automatiza processos complexos, aumentando a eficiência operacional e reduzindo a necessidade de intervenção humana. Essas capacidades são essenciais para que as empresas acelerem suas decisões inteligentes, tornando-se um dos principais vetores que impulsionam a necessidade de refatorar sistemas legados. A capacidade de integrar IA eficazmente depende da modernização dos sistemas, permitindo que as tecnologias emergentes sejam implementadas de maneira eficiente e alinhada com os objetivos estratégicos da organização.
Integrar IA em sistemas modernizados não apenas aumenta a eficiência operacional, mas também abre novas oportunidades de negócio, permitindo às organizações inovar e se adaptar rapidamente às mudanças do mercado. Além disso, a IA pode ajudar na identificação e resolução de problemas em tempo real, melhorando a manutenção e a performance dos sistemas.
🟠Gestão de Riscos na Modernização
A modernização de sistemas legados envolve diversos riscos que devem ser cuidadosamente gerenciados para garantir uma transição bem-sucedida. Esses riscos incluem interrupções nas operações, perda de dados, resistência à mudança por parte dos colaboradores e exceder o orçamento planejado. Identificar esses riscos antecipadamente e desenvolver estratégias de mitigação, como planos de contingência, testes rigorosos e comunicação eficaz, é crucial para minimizar o impacto negativo da modernização.
Adotar uma abordagem de modernização contínua, em vez de substituições completas e disruptivas, pode reduzir significativamente esses riscos. A modernização contínua permite uma transição mais suave, dividindo o processo em etapas menores e mais gerenciáveis, o que facilita a identificação e a resolução de problemas à medida que surgem.
🟠Conclusão
A modernização de sistemas legados é um processo complexo, mas essencial para garantir que as organizações permaneçam competitivas e ágeis em um ambiente digital em constante evolução. Ao abordar questões críticas como o alinhamento estratégico com os negócios, a retenção e desativação de componentes, a decisão entre nuvem e on-premise, a integração de tecnologias emergentes e a gestão de riscos, os CTOs podem conduzir suas organizações a uma transição bem-sucedida e sustentável.
Adotar uma abordagem de modernização contínua permite uma transição mais eficiente, minimizando custos e riscos enquanto maximiza os benefícios. Além disso, ao avaliar cuidadosamente as opções de modernização utilizando os 7 Rs, os líderes de TI podem selecionar as estratégias mais adequadas para cada componente do sistema legado, garantindo uma migração alinhada com os objetivos de negócios e as necessidades tecnológicas da organização.
Ferramentas estratégicas e uma cultura de modernização contínua são essenciais para priorizar as iniciativas mais relevantes e garantir que os recursos sejam utilizados de maneira eficaz para alcançar os melhores resultados. A integração de tecnologias emergentes, especialmente a inteligência artificial, reforça a necessidade de refatorar sistemas legados, acelerando a tomada de decisões inteligentes e impulsionando a inovação dentro das organizações.
Referências
1. Gartner. (2024). CIO and Technology Executive Survey. Disponível em: Gartner
2. McKinsey & Company. (2023). The AI Advantage: How to Put the Artificial Intelligence Revolution to Work. Disponível em: McKinsey
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