Felicidade no trabalho com Management 3.0 — Como isso está funcionando para mim?
Por Luciano Osorio – Scrum Master da Zappts
Sou Luciano, Scrum Master na Zappts, e já trabalhei em muitas empresas (desde gigantes até empresas menores), e também já trabalhei para muitos clientes em diferentes áreas de negócios (saúde, serviços bancários, varejo, setor automotivo, etc).
Comecei como programador e ao longo de 10 anos mudei gradualmente para funções de liderança e gestão. Inicialmente, fui treinado nas práticas tradicionais de gerenciamento e depois fui para o Agile.
Esta é a história de como consegui encontrar felicidade no meu trabalho como gestor, como isso se espalhou e como está fazendo com que meus times entreguem excelentes produtos.
Acordando
Existem muitas teorias, livros e ferramentas de gestão por aí. Mas é raro encontrar uma que jogue na sua cara que o problema da gestão é provavelmente o mais óbvio: o gestor! Em outras palavras, é tudo sobre você.
Cruel? Talvez. Verdade? Com certeza! Ao menos no meu caso. Por que? Como gestor, fui treinado para esperar o pior das pessoas, para controlar tudo em detalhe e lidar com pessoas como se elas fossem máquinas.
Se alguém precisa melhorar em algum aspecto de seu trabalho, basta mover uma alavanca (reclamar sobre algum comportamento, a minha versão de fornecer feedback), e voilá: a mudança está feita! O comportamento ruim desaparece e então… bem… eu aprendi da pior forma que isso não é verdade.
Eu estava perdido em um mundo de gráficos, projetos, relatórios, micro-gestão, times de baixo desempenho, grandes despesas, falta de propósito e muitos outros sinais de que não estava fazendo realmente um bom trabalho.
Como isso era possível? Eu sabia as práticas (CMMI, ITIL, e outros acrônimos, sem mencionar o Agile). Eu conhecia as métricas, as ferramentas … Então, o que poderia estar errado? Bem … Tudo em minha mente.
Levei alguns anos para descobrir e aceitar isso. Um projeto não é somente formado por práticas, métricas e ferramentas. Sim, é claro que tudo isso ajuda, mas um projeto envolve pessoas trabalhando com um propósito.
Volto para a definição de projeto do PMI (Project Management Institute):
Um projeto é um esforço temporário empreendido para criar um produto único, serviço ou resultado.
Em outras palavras, um projeto existe para preencher um objetivo ou propósito, e um produto, serviço ou resultado são necessariamente criados por pessoas, que estão alinhadas com esse propósito. E aqui é onde a mágica acontece!
Eu recebi um treinamento de Management 3.0 cedo demais, para ser honesto, e como eu estava começando minha experiência como gestor naquela época, não sabia, e nem poderia prever como isso iria impactar minha carreira no futuro. Então, eu guardei isso na prateleira do meu cérebro rotulada “para, talvez, ser usado no futuro”.
O futuro tornou-se o presente e após descobrir os problemas mencionados antes, fiz minha retrospectiva profissional e lembrei daquele treinamento. Olhando para as práticas do Management 3.0 mais cuidadosamente, comecei a perguntar …
O que posso fazer para ter um propósito no meu trabalho? Como eu posso comunicar esse propósito? Com posso fazer meu time ficar contagiado por esse propósito?
Tudo fez sentido quando eu li:
“Gerencie o sistema, não as pessoas”.
Para que as pessoas se sintam envolvidas, comprem a proposta e acreditem nela, todo o ambiente onde elas estão inseridas deve transpirar seu propósito. E eu não estou falando de poster na parede, camisetas com frases de efeito, etc. Estou falando sobre valores.
Agindo
Quais foram os passos que eu dei? Vou ilustrar cada um deles com os mais inspiradores e divertidos vídeos de Jurgen Appelo (exceto o segundo, que peguei do site Management 3.0).
Conheça as pessoas: Personal Maps
Feedback: Me ajudou a ficar mais próximo do time, entender quais são suas histórias, como eles acabaram trabalhando comigo e quais são os interesses que temos em comum. Me ajudou muito a iniciar conversas e criar relacionamentos.
Entenda o que as pessoas mais valorizam: Moving Motivators
Feedback: Deixou claro como abordar cada pessoa do time para discutir sobre os desafios a solucionar e como o papel de cada um se encaixa nesses desafios. O exercício em si foi usado como um ponto de partida para reuniões 1 a 1 que resultaram em objetivos a serem alcançados nos próximos períodos.
Celebre o que foi realizado: Celebration Grids
Feedback: Dá uma visibilidade clara durante as retrospectivas do que foi realizado (grandes ou pequenas coisas), e quais práticas levaram a esses resultados. Também me ajudou a responder às perguntas das retrospectivas (o que devo manter, alterar ou parar?) e criar planos de ação realistas para as próximas interações.
Estimule o reconhecimento: Kudos Box
Feedback: No meu caso, a Kudos Wall criou a oportunidade para pessoas se agradecerem pela ajuda, ensinamentos e suportes recebidos durante a última iteração. É incrível como pequenas coisas que você faz podem ter um valor enorme para alguém do time.
Seja transparente: Happiness Door
Feedback: Criou a oportunidade de fornecer e receber feedback rápido sobre o trabalho diário e medir a felicidade do time. Junto às ações rápidas para mudar o que está deixando-os infelizes, criou um ambiente de confiança onde os membros do time sentem que podem levar assuntos mais sérios e desafiadores para serem tratados, e que às vezes, afetam suas vidas pessoais.
Forneça feedback honesto: Feedback Wraps
Feedback: Uma maneira muito estruturada, fácil e eficaz de dar feedback. Não nos permite dar feedback mecânico sem valor. É uma forma muito estruturada de abrir seus sentimentos sobre algo, apoiando-se em evidências e exemplos do que você espera como solução. Portanto, a outra pessoa terá bastante material para assimilar o feedback e executar as ações necessárias.
As práticas acima criaram um ambiente onde existe confiança e as pessoas estão trabalhando com propósito e felizes. E quando o time está feliz, ele está comprometido com a qualidade, prazos, custos, e assim, entrega um produto melhor e que melhora o tempo todo.
Mantenha a ação…
Minha jornada Management 3.0 não acabou. Será que vai acabar?
Existem práticas que eu ainda não tentei, e pelos excelentes resultados a partir daquelas que mencionei anteriormente, mal posso esperar para começá-las.
Portanto, aqui estão as práticas da minha lista “Vamos fazer isso”:
- OKRs – Objetivos e principais resultados (esta será a próxima)
- Delegation Poker
- Exploration Days
- Merit Money (Estou muito animado com esta prática!)
Todo o conjunto de práticas está relacionado aqui. Faça uma tentativa, veja como o trabalho pode ser divertido e traga felicidade para você também!
Gostou de aprender sobre Management 3.0?
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Eu fico por aqui. Até o próximo artigo!